quinta-feira, 2 de julho de 2009

Os Desafios do Ensino de Língua Portuguesa

Encontrar um meio de ensina língua portuguesa sem tornar a aula uma rotina ou ficar apenas copiando regras tem sido o grande desafio dos professores desta área. E embora se viva na era da informação, ainda há na escola e até na universidade professores e alunos que seguem a máxima de Werneck: ‘’ O professor finge que ensina e o aluno finge que aprende.’’
Diante desse triste quadro, o professor de português encontra – se em um dilema: tentar mudar as aulas, tornando – as mais produtivas, criativas e correr o risco de não cumprir o programa da disciplina ou continuar na mesmice, cumprir o programa e no final do ano descobrir que a disciplina que ministra é a mais odiada pelos alunos ou descobrir que eles não tiveram o rendimento esperado simplesmente por ele não ter ‘’feito a diferença’’ ou não ter ‘’sido a diferença’’.
Entre as duas opções, a segunda acaba prevalecendo devido ao fato de muitos professores acharem que não vale a pena investir no melhoramento qualitativo de suas aulas, atribuírem o fracasso escolar aos alunos, que não se interessam ou não tem suficiente capacidade intelectual e por terem certeza de que, de qualquer forma, continuarão a receber o salário no fim do mês.
Ao perguntar a alunos de ensino fundamental ou médio sobre qual a matéria que eles menos gostam, pode – se afirmar que a grande maioria dos entrevistados responderá ‘’matemática’’ ou ‘’português’’. Mas será que a língua portuguesa é odiada pelo mesmo motivo que a matemática? Ou será que o que eles acham chato na verdade é a maneira como as aulas de português são ministradas?
A verdade é que, infelizmente, para alguns professores, a preocupação maior é dar conta do conteúdo e para muitos alunos é reproduzir na prova as regras que o professor copia no quadro. Este quadro precisa mudar e o professor precisa acordar e perceber a grandiosidade do papel que desempenha na sociedade e para fazer diferença é preciso ser diferente.
É preciso estar incluído na minoria dos professores que lêem diariamente (e aqui eu não falo apenas de leitura stricto sensu, mas também latu sensu), e também na minoria que não para de estudar com o término da graduação. Pelo contrário, continuam a se especializar e produzir com frequência, renovando seu conhecimento e repassando – o a seus alunos.
São estes os professores de língua portuguesa (e de qualquer outra área) de que precisamos: educadores da e pela pesquisa; educadores que incentivam a pesquisa na Universidade e na Escola, em sala de aula e fora dela.
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Portanto, se tem a certeza de que a formação e o aperfeiçoamento profissional e acadêmico são imprescindíveis para a eficácia e eficiência da prática docente. É preciso ler mais, produzir mais e ser o diferencial na sala de aula e na vida dos alunos e principalmente, motivar os alunos, para que se apaixonem pela pesquisa e tenham sede de conhecimento, pois os alunos de hoje, querendo ou não, serão os professores de amanhã.

REFERÊNCIAS

DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. 4. ed. São Paulo: autores associados, 2000.


[1] Ver DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. 4. ed. São Paulo: autores associados, 2000.